Você está pronta para um novo casamento?

"Casamento não é uma festa, mas sim uma união que envolve compromissos", diz psicólogo

O sonho de uma vida a dois foi desfeito. O castelo que parecia sólido ruiu. O que restou foi frustração e lágrimas. Mas é preciso seguir em frente. Porém, depois das dores de um relacionamento que deu errado, como saber a hora certa de apostar em um novo casamento?

O psicólogo Alexandre Bez, especializado em relacionamentos pela Universidade de Miami, nos Estados Unidos, e membro internacional da Associação Americana de Psicologia (APA), diz que o momento certo para investir em um novo relacionamento é quando a pessoa começa a sentir solidão. “Quando uma pessoa vive muito tempo sozinha, começam a aparecer sintomas emocionais, e algumas vezes até físicos, pedindo uma nova relação. O emocional fica abalado, gerando angústias e inquietações. Nesse momento seria importante caminhar para um novo relacionamento”, diz ele.

De acordo com o psicólogo, não há um tempo definido que cure as mágoas de um relacionamento anterior. “Isso varia de pessoa para pessoa, mas, normalmente, um tempo mínimo para alguém se recuperar totalmente e ter um novo casamento seria de um a dois anos”, afirma.

A mágoa é um dos pontos que dificultam novos relacionamentos.

O especialista explica que a dificuldade de achar um novo companheiro e manter uma relação sem rancor, pode durar de uma a duas décadas, em alguns casos: “Há pessoas que relatam muitas dificuldades em achar um novo companheiro, e outras que, por outro lado, refazem a vida num espaço de tempo relativamente curto. Essas que refazem a vida rapidamente esqueceram as angústias do passado e abriram o coração para um novo amor.”

A advogada que vamos identificar apenas como M.A.C., de 49 anos, está divorciada pela segunda vez. Ela diz que sempre sonhou em se casar e formar uma família. O primeiro marido era infiel, a maltratava muito e o divórcio foi a saída mais viável para ambos. “Mesmo tendo sofrido no primeiro casamento eu ainda ansiava ser feliz e casei de novo.

Meu segundo marido era uma boa pessoa, mas quem cometia a maior parte dos erros dessa vez era eu. Tinha medo que ele pudesse me fazer sofrer como o anterior fizera. O casamento não deu certo. Depois, tentei novos relacionamentos, mas sem casar. Mas em todos eles sempre havia uma mágoa, uma dor. Eu sempre queria descontar pelos erros dos outros. Hoje, faço terapia para tentar me livrar de antigos traumas, para, quando entrar em uma nova relação, não carregar mágoas ou ressentimentos que dificultaram os meus relacionamento anteriores”, relata.

Antes de optar por um novo casamento, a pessoa deve levar em conta algumas questões diz o psicólogo: “Avaliar principalmente se está preparada para dividir novamente o espaço dela com outro. A identificação, a idealização e o compartilhamento são indicativos importantes, isso envolve também a superação da relação anterior. Não adianta entrar num novo casamento com resquícios ruins do anterior, pois isso atrapalha a nova relação”, explica.

Outro ponto em questão que Bez observa é como avaliar os erros do relacionamento anterior para não repeti-los. “Tente puxar pela memória quais eram os maiores motivos das brigas e das discussões para que não se repitam. O casamento não é brincadeira, tem pessoas que casam 3, 4 ou 5 vezes e a identidade matrimonial se perde. Casamento não é uma festa e sim uma união que envolve compromissos. Quem casa muitas vezes perde as estribeiras e se perde na nova união. Não é uma questão de mau caráter, mas sim de despreparo emocional”, destaca.

Homens casam primeiro

Embora uma pesquisa aponte que a maioria das separações é requerida pelas mulheres, os homens são os primeiros a se recuperar e partir pra uma nova relação. “O que ocorre em 90% dos casos é que o homem não termina o casamento para ficar sozinho, normalmente já tem um pessoa em vista. A mulher geralmente termina por estar muito infeliz ou cansada da relação e pode ficar muito tempo sozinha até uma nova união”, explica o psicólogo Alexandre Bez, especializado em relacionamentos pela Universidade de Miami, nos Estados Unidos.

Na opinião dele, “o casamento pressupõe tranquilidade, fidelidade, emoção, satisfação, complemento sexual e conforto emocional, e é importante ir em busca da felicidade”.